Quando se trata de sustentabilidade, carbono é o assunto do momento, sem dúvida. E não é para menos. Afinal, a prioridade é clara e urgente: vivemos uma corrida global para reduzir as emissões de CO2, principal gás de efeito estufa e, assim, conter as mudanças climáticas.
O tema é mandatório hoje não só nos governos, mas também na estratégia das empresas, que cada vez mais assumem o compromisso de neutralizar suas emissões nas próximas décadas. Para entender um pouco da questão, traduzimos aqui dez expressões comuns que envolvem esse universo.
Pegada ecológica
Métrica mais abrangente disponível de contabilidade ambiental, que avalia a pressão do consumo do ser humano sobre os recursos naturais. Ela mede os ativos ecológicos que uma população, atividade ou produto necessita para produzir os recursos naturais que consome e para absorver seus resíduos. O conceito é amplamente utilizado por cientistas, empresas, governos, indivíduos e instituições que buscam monitorar o impacto de suas atividades.
Biocapacidade
Capacidade dos ecossistemas da Terra de produzir recursos ecológicos para uso do ser humano e também de absorver os resíduos gerados direta ou indiretamente por essa utilização, considerando as atuais práticas de gestão e extração. A biocapacidade pode mudar de ano para ano devido ao clima, à administração dos recursos e às porções tidas como insumos úteis para uso da humanidade. É medida por área, em hectares globais (hectares com produtividade biológica média mundial) em terras e águas.
Pegada de carbono
Índice que mensura o efeito das atividades humanas sobre a natureza a partir da quantidade de dióxido de carbono que elas emitem. É responsável, atualmente, por cerca de 60% da pegada ecológica geral da humanidade e também é o componente que cresce mais depressa – aumentou 11 vezes desde 1961, segundo a Global Footprint Network.
Sequestro de carbono
Processo de retirada do gás carbônico da atmosfera. O sequestro (ou captura) pode se dar de diversas formas, inclusive artificialmente, com tecnologia para levar o gás a outro lugar que não a atmosfera. Mas em sua maioria é algo que ocorre naturalmente por meio da absorção e do armazenamento de CO2 pelas plantas, no solo, no oceano e nas formações geológicas.
Mercado do carbono
De forma resumida, é o comércio de emissões de carbono, por meio de créditos, com o objetivo de equilibrar os resíduos de CO2 no planeta. Estão incluídos nesse mercado os mais de 190 países que ratificaram o Acordo de Paris, em 2015, comprometendo-se a modificar suas atividades econômicas para limitar a liberação de carbono na natureza. Existem dois mercados: o regulado e o voluntário. No primeiro, os envolvidos possuem metas de reduções a serem cumpridas de modo obrigatório. No segundo, empresas, instituições, ONGs, governos e até cidadãos têm a inciativa de reduzir as emissões espontaneamente.
Crédito de carbono
Funciona como uma moeda no mercado do carbono. Um crédito representa uma tonelada de CO2 que deixou de ser emitida na atmosfera, colaborando para a redução do efeito estufa. É um mecanismo de flexibilização para que países e empresas possam alcançar suas metas de redução de carbono, compensando as emissões que são inevitáveis. Assim, se uma fábrica, por exemplo, não conseguiu reduzir totalmente suas emissões, ela pode comprar créditos de quem superou a meta e equilibrar essa conta (créditos permitidos, porém não usados). Eles também são comercializados por empresas especializadas, que desenvolvem projetos socioambientais que geram créditos para venda. Em ambos os casos, os créditos são qualificados e certificados perante um rígido controle para assegurar que sejam reais e produtivos.
Reprodução da matéria da Exame:
Glossário verde: 10 termos para entender a economia de baixo carbono | Exame